quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Fobia Social: o que é? como se desenvolve? como identificar? como tratar?

5 coisas que você deve saber sobre o assunto





1. O que é a Fobia Social?
A Fobia social é uma ansiedade intensa em uma variedade de situações sociais, seja de contatos sociais ou de desempenho, ou ambas, acarretando sofrimento excessivo ou interferindo de forma acentuada no dia a dia da pessoa. Existe o medo de ser avaliado e um sentimento de incapacidade, de se comportar de um modo humilhante ou embaraçoso, consequentemente gerando desaprovação e rejeição por parte dos outros.

Os critérios diagnósticos para a fobia social incluem os seguintes exemplos: incapacidade de falar ao se apresentar em público, engasgar com o alimento quando se come na frente dos outros, ser incapaz de urinar em banheiro público, tremer as mãos no caso de escrever em presença dos outros, dizer coisas tolas ou não ser capaz de responder a questões em situações sociais. A fobia social pode ser classificada em: · Subtipo generalizado de fobia social – aquele em que o indivíduo teme ou evita a maioria das situações sociais, senão todas; · Subtipo circunscrito de fobia social – a ansiedade é restrita a determinadas situações (escrever, beber e dirigir, entre outras)



2. Por quais razões a Fobia Social se desenvolve?
A ansiedade social é normal e uma herança dos nossos antepassados que nos previne quanto a ameaças e faz com que tenhamos comportamentos sociais adequados (também chamada de perspectiva filogenética). Os estímulos, na maioria das vezes, geram ansiedade social na maior parte das pessoas, como por exemplo, falar em público.

A ansiedade social, decorrente desses estímulos, passa a ser patológica devido à ocorrência de comportamentos de fuga e esquiva, que impedem a pessoa de desempenhar os seus papéis sociais a contento. A fobia social pode se desenvolver também como conseqüência de uma ou mais experiências de condicionamento traumático ou por observação do comportamento dos pais, que agem como modelo, se habitualmente evitam ou fogem de situações sociais.

Vale mencionar, também, que os estilos de rejeição e de super proteção dos familiares estão também associados com essa inibição social. A socialização dos papéis sexuais também pode estar associada à fobia social. É mais apropriado para as garotas do que para os garotos a associação com a timidez.
Crianças e adolescentes tímidos parecem estar mais propensos a experimentar relações negativas com os seus colegas, possivelmente porque a inibição e o retraimento da criança tímida é percebido como desviante do comportamento social apropriado à idade, pelo grupo de colegas, sendo em geral respondido com negligência, rejeição ou maltrato, o que termina por reforçar ainda mais a esquiva de contato público.

3. Como sei identificar se alguém está com esse problema?
Deve-se procurar ajuda quando o rendimento na escola decai a níveis incompatíveis ou no momento em que o desempenho profissional é visivelmente prejudicado, ou ainda se o convívio social se torna um fardo insuportável para a pessoa. Os pais devem estar atentos aos filhos tímidos principalmente na adolescência, quando a timidez crônica pode se transformar em fobia social futura.

4. A Fobia Social tem tratamento?
Sim. O melhor é a combinação de tratamento farmacológico (antidepressivos, bensodiazepínicos – ansiolíticos, IMAOs, algumas vezes betabloqueadores, e até antipsicóticos) combinado a psicoterapia cognitivo-comportamental.

O tratamento psicoterápico será indicado para cada paciente de acordo com a avaliação do psicoterapeuta e pode incluir treino de habilidades sociais, técnicas de relaxamento, exposição a situações temidas e mudança de pensamentos negativos.

Vale ressaltar que a forma de psicoterapia mais indicada é a de grupo (comparativamente à terapia individual), pois o grupo funciona como ensaio de outras situações sociais.

5. A quem devo buscar para pedir ajuda/auxílio?
Procure um psicólogo ou psiquiatra, que poderão indicar inclusive um acompanhante terapêutico para auxiliá-lo (a) no tratamento. A abordagem cognitivo-comportamental, em todas as suas vertentes é a indicada para esse tipo de problema.
.
Mariângela Gentil Savoia, Psicóloga, Professora Assistente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Coordenadora do Setor de Psicologia do CAISM da Santa Casa de São Paulo, psicóloga do Programa de Ansiedade do HC – FMUSP, membro científico da APORTA, membro do Conscientia – Núcleo de Estudos em Comportamento e Saúde Mental Tel.: (11) 3159-1225 ou e-mail: mariangela@conscientia.com.br


Para obter tratamento gratuito:
-CAISM/Santa Casa: (11) 3466-2160 ou www.santacasasp.org.br/caism
-Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do HC/FMUSP. Tel.: (11) 3069-6988 ou www.amban.org.br -APORTA– Associação dos Portadores de Transtorno de Ansiedade. Tel.:(11) 6364-9598 ou www.aporta.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário